NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 02/2022 Atualizada em 07/10/2022
Introdução Candida auris é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global, pois pode causar infecções invasivas, que são associadas à alta mortalidade, pode ser multirressistente e levar à ocorrência de surtos em serviços de saúde.
Estudos apontam a produção de biofilmes tolerantes a antifúngicos, conferindo resistência à C. auris, aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Embora o perfil de resistência a antifúngicos possa ser variável, a maioria das infecções por C. auris pode ser tratada, em primeira linha, com equinocandinas, como opção secundária às anfotericinas. Ainda que seja incomum, há um número crescente de relatos de multirresistência às três principais classes de antifúngicos (azóis, equinocandinas e polienos), tornando as opções de tratamento muito limitadas. Nessa situação, várias classes e altas doses de antifúngicos podem ser necessárias para tratar a infecção. A palavra auris vem do latim e significa ouvido mas, apesar do nome, C. auris também pode afetar muitas outras regiões do corpo, além de causar infecções invasivas, como as de corrente sanguínea. Ela já foi isolada de feridas, amostras respiratórias e de urina, na maioria dos casos, apenas como colonizante. É importante destacar que as infecções invasivas por qualquer espécie de Candida podem ser fatais. Com base em relatos com número limitado de pacientes, 30% a 60% dos pacientes com infecções de corrente sanguínea por C. auris evoluíram para óbito. No entanto, muitos desses pacientes tinham doenças de base graves que, também, contribuíram para aumentar o risco de morte. A transmissibilidade e o alto nível de resistência aos antifúngicos são características que diferenciam C. auris de outras espécies de Candida. 9 Seu comportamento se assemelha ao Clostridioides difficile, quanto a resistência no ambiente e dificuldade de erradicação. Evidências iniciais sugerem que o ambiente pode ser o principal reservatório da C. auris, levando a sua disseminação por meio de superfícies e equipamentos contaminados, incluindo os de assistência ao paciente (tais como: estetoscópios, termômetro, esfigmomanômetro etc.), ou, ainda, por contato direto com os pacientes. A persistência e a propagação do fungo, apesar de todas as medidas de prevenção de infecção, deve-se a alta transmissibilidade, a capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele e a uma resiliência as condições ambientais. Pacientes podem permanecer colonizados assintomáticos por meses.
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Fonte: Anvisa
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