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Orientações para diagnóstico, tratamento e vigilância epidemiológicade Coqueluche no município de Belo Horizonte

NOTA TÉCNICA - PREFEITURA DE BELO HORIZONTE / SUS

Coqueluche no município de Belo Horizonte

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de distribuição universal e que tem como agente etiológico a Bordetella pertussis. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. A transmissão é elevada e ocorre de forma direta por meio de gotículas (tosse, espirro, ao falar etc.). A infecção pode durar cerca de 6 a 10 semanas, com período de transmissibilidade definido entre o 5º dia após a exposição até a 3ª semana do início das crises paroxísticas de tosse.

Em abril de 2024, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica informando um aumento de casos de coqueluche. Devido a redução da cobertura vacinal entre os anos 2015 e 2022, chegando a menos de 70% no ano de 2019, houve um acúmulo de suscetíveis importante.

Em Belo Horizonte, em 2024 foram notificados residentes do município, até o dia 20 de Setembro, 236 casos suspeitos, dos quais 122 (51,7%) foram confirmados. Destes 57 (46,7%), foram confirmados por critério laboratorial, 44 (36,1%) por vínculo epidemiológico por contato familiar ou escolar e 21 (17,2%) por critério clínico. Os casos confirmados estão concentrados na faixa etária de 10 a 19 anos (n=61; 50,0%).

A coqueluche é uma doença de notificação compulsória, e todos os casos suspeitos devem ser notificados na ficha de notificação de coqueluche.

1. Manifestações clínicas

A evolução clássica da coqueluche apresenta três fases sucessivas (figura 01):

• Fase catarral: com duração de uma a duas semanas, inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves (febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes, evoluindo para crises de tosses paroxísticas.

• Fase paroxística: geralmente é afebril ou com febre baixa, mas, em alguns casos, ocorrem vários picos de febre no decorrer do dia. Apresenta como manifestação típica os paroxismos de tosse seca caracterizados por crise súbita, incontrolável, rápida e curta, com cerca de cinco a dez tossidas em uma única expiração. Durante os acessos, o paciente não consegue inspirar, apresenta protrusão da língua, congestão facial e, eventualmente, cianose, que pode ser seguida de apneia e vômitos.

Em seguida, ocorre uma inspiração profunda através da glote estreitada, podendo originar o som denominado guincho. O número de episódios de tosse paroxística pode chegar a 30 em 24 horas, manifestando-se mais frequentemente à noite. A frequência e a intensidade dos episódios de tosse paroxística aumentam nas duas primeiras semanas e, depois, diminuem paulatinamente. Essa fase dura de duas a seis semanas.

• Fase de convalescença: os paroxismos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de tosse comum.

Essa fase persiste por duas a seis semanas e, em alguns casos, pode se prolongar por até três meses. Infecções respiratórias de outra natureza, que se instalam durante a convalescença da coqueluche, podem provocar o reaparecimento transitório dos paroxismos.

Em indivíduos não adequadamente vacinados ou vacinados há mais de cinco anos, a coqueluche, com frequência, não se apresenta sob a forma clássica, podendo manifestar-se sob formas atípicas, com tosse persistente, porém, sem paroxismos, guincho característico ou vômito pós-tosse.

Os lactentes jovens (principalmente os menores de 6 meses) constituem o grupo de indivíduos particularmente propensos a apresentar formas graves, muitas vezes letais. Nessas crianças, a doença manifesta-se com paroxismos clássicos, algumas vezes associados a cianose, sudorese e vômitos.

Também podem estar presentes episódios de apneia, parada respiratória, convulsões e desidratação decorrente dos episódios repetidos de vômitos. O cuidado adequado para esses bebês exige hospitalização, isolamento, vigilância permanente e procedimentos especializados. CIEVS – Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde

GVIGE – Gerência de Vigilância Epidemiológica

DPSV – Diretoria de Promoção em Saúde e Vigilância

Secretaria Municipal de Saúde - PBH

 

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