NOTA TÉCNICA SES/SUBVAPS SEI N° 15/2024 ASSUNTO: Organizar o fluxo da vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, coleta de amostras laboratoriais e assistência dos casos.
Foto: reprodução redes sociais
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
Entre os anos de 1998 e 2009, o país vivenciou muitos eventos infecciosos envolvendo as
Micobactérias Não Tuberculosas de Crescimento Rápido (MNT-CR), em estabelecimentos hospitalares e não hospitalares. Todos os casos envolveram algum tipo de procedimento invasivo, principalmente, (1) eventos associados a procedimentos com ou sem acesso por videocirurgia; (2) cirurgia de mama; (3) procedimentos invasivos não cirúrgicos, incluindo o tratamento estético, aplicação de medicamentos, imunobiológicos e de enzimas na região subcutânea; (4) procedimentos endoscópicos por vias naturais. Nesse período, foram identificados 2.520 casos de infecção em 23 unidades federadas. Dez estados concentraram 97,8% dos casos, sendo o Rio de Janeiro 43,9% do total, a epoca.
Com o avanço de novos procedimentos e técnicas diagnósticas e terapêuticas, especialmente na área estética, aliado à falha na adoção de boas práticas operacionais nos serviços de saúde e nos serviços de interesse à saúde, tem-se observado um aumento progressivo de infecções por MNT-CR no estado do Rio de Janeiro.
O estado do Rio de Janeiro (ERJ), no ano de 2024, observou um aumento de infecção por MNT-CR após procedimentos estéticos invasivos por meio de aplicação de toxina Botulínica, ácido hialurônico e outras substâncias.
As Micobactérias Não Tuberculosas (MNT) são amplamente encontradas no ambiente e possuem variabilidade em seu potencial patogênico, ao contrário das espécies que compõem o Complexo Mycobacterium tuberculosis (CMTB) e Mycobacterium leprae, que são intrinsecamente patogênicas para humanos.
As MNT são classificadas em dois grupos, de acordo com a velocidade de crescimento:
1- micobactérias de crescimento rápido (MCR), que formam colônias em meio sólido em até sete dias e temos como exemplos: Grupo M. abscessus, M. fortuitum, M. chelonae e M. franklinii. São as mais comumentes envolvidas em infecções pós procedimentos invasivos ou não
2- micobactérias de crescimento lento (MCL), que demoram mais de sete dias para formar colônias em meio sólido. Exemplos: Complexo M. avium, M. kansasii, M. intracellulare, M. chimaera e M. ulcerans.
As MNT podem ser saprófitas, comensais e simbiontes em solo e fontes de água, esgoto e poeira, água doce e salgada, compartilhando esses habitats com humanos e animais.
Podem estar presentes em redes de distribuição de água, encanamentos e sistemas de água de hospitais, centros de hemodiálise, centros cirúrgicos e consultórios dentários, criando possíveis fontes de contaminação e doença em humanos.
Por causa da sua capacidade em formar biofilmes, as MNT apresentam maior persistência em diversos ambientes, além de uma resistência significativa a desinfetantes e antimicrobianos. Falhas no processo de esterilização podem favorecer sua presença em soluções de uso médico, instrumentais e equipamentos. Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde
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