Manual de prevenção, diagnóstico e manejo da FEBRE DO OROPOUCHE durante a gravidez, parto e puerpério
- Ameci
- há 2 dias
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1. Contexto etiológico, epidemiológico e clínico
O vírus Oropouche, Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), foi descrito pela primeira vez em 1955, quando recebeu o nome de um rio existente em Trinidad e Tobago, na região em que ele foi encontrado inicialmente. Desde então, já existem relatos de mais de 500 mil casos nas Américas.
O primeiro relato da presença do vírus no Brasil foi em 1960, isolado em amostra de sangue de um bicho-preguiça de três dedos em Belém (PA). A primeira epidemia do OROV no Brasil ocorreu em 1961, também no Pará, com cerca de 11 mil casos.(4) Há relatos de associação da epidemia com a construção da Rodovia Belém-Brasília, onde existiram muitas áreas de desmatamento e intervenção humana em regiões silvestres no período.
A febre do Oropouche é uma arbovirose, transmitida principalmente por Culicoides paraensis, mais conhecido como maruim (meruim, mosquito pólvora, porvinha), inseto encontrado na América do Sul e na América Central, com evidências de detecção em Culex quinquefasciatus, conhecido vulgarmente como pernilongo ou muriçoca.
Esses vetores se infectam ao picar hospedeiros vertebrados com o vírus e transmitem para outros animais e para humanos que circulam nesse ambiente. O ser humano é o principal hospedeiro do vírus no ciclo urbano, onde esses insetos têm atividade diurna, principalmente no amanhecer e no fim da tarde.
A reprodução desses insetos ocorre principalmente em áreas periféricas de áreas florestais desmatadas e em plantações com muita vegetação e sombra, como cultura do cacau e da banana, escolhendo locais com restos de frutas e abundante matéria orgânica.
Os surtos de febre do Oropouche são mais frequentes nas estações chuvosas. Os relatos de epidemia aconteceram na América Central e em alguns países da América do Sul, entre eles Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Haiti, Panamá, Peru e Venezuela.
Nos dias atuais, a propagação do vírus ocorre no Brasil em maior número e existem relatos de surtos na Bolívia, no Peru, em Cuba e na Colômbia, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).(10) Em 2024, foram relatados os primeiros casos na Europa e nos Estados Unidos, identificados, contudo, em viajantes oriundos de Cuba e do Brasil.
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Fonte: Ministério da Saúde
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