MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), da família
Togaviridae e do gênero Alphavirus. A transmissão se dá pela picada de fêmeas dos
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo CHIKV.
O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de três a sete dias (podendo variar de um a 12 dias). O período de incubação extrínseco, que ocorre no
vetor, dura em média dez dias. O período de viremia no ser humano pode perdurar
por até dez dias, e geralmente se inicia dois dias antes do início dos sintomas, podendo
perdurar por mais oito dias. Casos de transmissão vertical podem ocorrer quando gestantes estão virêmicas nos dias próximos ao parto, podendo levar à infecção neonatal e apresentações clínicas severas em neonatos. Adicionalmente, pode haver a transmissão pessoa-pessoa por via transfusional, quando doador está em fase de viremia (Bartholomeeusen et al., 2023; Souza et al., 2024).
O nome chikungunya deriva de uma palavra em makonde, língua falada por um grupo
que vive no sudeste da Tanzânia e no norte de Moçambique. Significa “aqueles que se
dobram”, descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia,
característica desta doença.
O CHIKV foi isolado inicialmente na Tanzânia por volta de 1952. Após a disseminação do vírus para outras regiões do mundo, a partir de 2005 houve surtos de grandes proporções, com relatos de milhões de casos reportados em uma década (Bartholomeeusen et al., 2023; Souza et al., 2024).
Nas Américas, em dezembro de 2013, casos de chikungunya passaram a ser reportados,
com surto inicial no Caribe e disseminando-se para outras 38 regiões das Américas.
No Brasil, a transmissão autóctone foi confirmada pela primeira vez no segundo
semestre de 2014, inicialmente nos Estados do Amapá e da Bahia; atualmente todos
os estados do País já registraram ocorrência de casos.
Desde então, os maiores surtos ocorreram em estados da Região Nordeste, com elevadas taxas de incidência.
No ano de 2023 observou-se uma expansão territorial do vírus para a Região Sudeste,
com grandes surtos, como o ocorrido no Estado de Minas Gerais. Uma década após o
inicio da circulação do vírus nas Américas, 3,7 milhões de casos de chikungunya foram
reportados em cinquenta países e territórios na região, com o Brasil concentrando 45%
desses casos (Souza et al., 2024).
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Fonte: Ministério da Saúde
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