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Aumento no número de casos de doença invasiva por Streptococcus pyogenes em estados brasileiros

NOTA TÉCNICA Nº 1/2024-CGCIEVS/DEMSP/SVSA/MS



ASSUNTO

Trata-se de Nota técnica sobre o aumento no número de casos de doença invasiva por

Streptococcus pyogenes em estados brasileiros; situação epidemiológica dos casos; e recomendações para prevenção e controle.


A Nota técnica foi desenvolvida juntamente com o Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde - EpiSUS/CGPRESP/DEMSP/SVSA/MS, Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB/SVSA/MS,Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreviníveis – CGVDI/DPNI/SVSA/MS, Subsecretaria de Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais – SUBVS/SES-MG e Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS/OMS.


CONTEXO


O Estreptococo do Grupo A (EGA), também referido como S. pyogenes, é uma bactéria beta-hemolítica que pertence ao sorogrupo A de Lancefield, podendo ser encontrada na garganta ou na pele humana, responsável por mais de 500.000 mortes anualmente em todo o mundo. Esse microrganismo pode se adaptar ao hospedeiro, resultando em uma ampla gama de condições, desde infecções humanas mais brandas, como faringoamigdalite, impetigo e escarlatina, até doenças invasivas, ainda que raras, porém graves, como septi cemia, Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico (STSS) e fasciíte necrosante. Infecções por EGA também podem desencadear doenças imunomediadas, como a febre reumática ou a glomerulonefrite pós-estreptocócica, e sequelas, como Doença Cardíaca Reumática (DCR).


Até 2022, houve registro de aumento de casos noti fi cados à Organização Mundial de Saúde (OMS), em Estados-Membros das Regiões Europeia e das Américas e, em alguns casos, aumento dos casos de escarlatina. Além disso, um aumento no número de óbitos relacionados com doença invasiva por EGA também foi relatado em alguns países. Ressalta-se que crianças menores de 10 anos representam a faixa etária mais afetada.


A OMS recomenda que todos os países estejam atentos a um aumento semelhante de casos, parti cularmente à luz do aumento contínuo da circulação de vírus respiratórios, tendo em vista o aumento da gravidade e complicações da doença invasiva por EGA quando associada a uma coinfecção viral.


O objetivo de comunicar esse evento aos profissionais da área da saúde é assegurar a realização de avaliação clínica completa e testes diagnósticos apropriados para pacientes que apresentem sinais e sintomas compatíveis com a doença invasiva porEGA, além de garanti r a comunicação de novos casos da doença no Brasil.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


Entre 5% e 30% das pessoas podem ser colonizadas por esta bactéria sem apresentar sintomas e/ou manifestações clínicas, geralmente alojada na pele ou na garganta. A infecção por EGA pode provocar uma ampla gama de doenças, desde infecções simples da pele e garganta até condições invasivas potencialmente fatais. Em alguns casos, essa infecção pode levar a complicações graves não supurativas, como febre reumática aguda e glomerulonefrite pós-estreptocócica aguda.


A doença invasiva por EGA é caracterizada pela disseminação da bactéria em locais normalmente estéreis do corpo, como sangue, meninges, articulações, pericárdio, peritônio, cavidade pleural e osso. Além disso, é uma causa significativa de sepse materna grave, com maior incidência no período pós-parto, conhecido como sepse puerperal. Outras manifestações graves da infecção por EGA incluem a STSS, uma infecção associada a choque e falência de múltiplos órgãos, e a fasciíte necrosante, caracterizada por extensa necrose do tecido subcutâneo.


TRANSMISSÃO E INCUBAÇÃO


O EGA é transmiti do principalmente de pessoa para pessoa, através do contato direto com gotículas respiratórias ou exsudato da pele de indivíduos sintomáticos ou assintomáticos que estejam colonizados pela bactéria.


O período de incubação do EGA não é definido com precisão, podendo variar de acordo com o tipo de manifestação clínica desenvolvida pelo indivíduo colonizado. Com base em evidências de casos secundários, geralmente varia de 1 a 3 dias, porém também foram identificados casos secundários ocorrendo até 30 dias após o registro do caso primário. A transmissão é possível desde o surgimento dos primeiros sintomas até 24 horas após o início do tratamento com anti biótico adequado.


Devido à imprecisão do período de transmissão e das formas de evolução do doença, é importante que os profissionais de saúde estejam aptos à identificação precoce e manejo dessa condição.


 

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Fonte: Ministério da Saúde

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